segunda-feira, 15 de junho de 2009

Show Monstruoso: No Age

Voltando a atualizar com uma das sessões que eu mais gostava de fazer, o Show Monstruoso. A verdade é que nesse meio tempo, alguns shows monstruosos já se passaram e eu não disse nada, como o do Maiden, um outro do Misfits, Suicidal Tendencies, The Hives, R.E.M. e uma das histórias legais que eu posso contar outra hora, que foi o show do Oasis que eu não fui. Mas a bola da vez é o No Age.

Conheci esse duo americano, formado pelo guitarrista Randy Randall e o baterista Dean Spunt em 2005, lá pelo meio do ano passado, por uma indicação, já que o segundo disco dos rapazes, entitulado Nouns e lançado pela SubPop foi um dos grandes destaques do ano. Eles foram apresentados como "Quando o My Bloody Valentine encontra o Punk", ou seja, muito barulho de guitarra, distorção, feedback, milhares de pedais, camadas cavalares de guitarras, paredes sonoras aliados a um resquício de melodia, espírito DIY e um set de bateria extremamente simples e que é socado em dó. Ah, e o microfone do gugu, usado pelo baterista.

Formados musicalmente no Hardcore americano, o duo tirou o nome de um disco de compilação feito pela lendária gravadora SST, muito mais lendária que a SubPop, na época em que Spunt trabalhava numa loja de discos. Eles contam com 2 discos (full lenghts) e uma caralhada de EP's e singles, algo comum para bandas que não param um minuto. o No Age é famoso por estar sempre envolvido com artes e tudo que for independente e alternativo, figurinhas fáceis de Los Angeles.

No Age fudendo com nossos ouvidos (créditos de foto aqui e aqui).

Eu juro que demorei pra digerir o som do grupo que se mostra extremamente complicado no início, porém eu sabia que o show deles poderia mudar tudo. Essa improvável vindo pro Brasil e mais improvável vinda a Porto Alegre, foi feita através da Coca Cola, num festival chamado PARC (Porto Alegre Rock City, que nome ridículo) que ainda teve show de Matt & Kim, que eu assisti mas que não falarei nada a respeito, apesar de interessante e outras tantas atrações.

O show aconteceu no dia 05 de Junho, há umas duas semanas atrás no Cult Pub, um lugar bonito e caro, cheio de referências de filmes Cult e Pop, tudo a ver com o pessoal que estava lá dentro, e esse ia ser um show que a casa não tá nem um pouco acostumada a receber. Após dar várias bandas pelos bares da Zona Norte, alí pelo Moinhos, tudo em vão, pois eu não conseguia achar esse maldito lugar, um bruxo na rua nos ajudou e chegamos com folga no tempo.

Não tinha ninguém lá dentro, show programado pra 22:00? Quando eu botei os pés lá dentro, devia ter mais reporter e gente com câmera fotográfica pendurada no pescoço do que realmente público. Uma cerveja (cara!) e pá, os magrões chegaram e já postaram naquele mini palco pra literalmente, destruir com nossos ouvidos.

Aquele boton do Black Flag explica tudo (sem crédito fdps).

Não lembro se começaram no horário programado, pois não tava nem aí pro relógio, eu tava lá na frente. Todo mundo tava, não tinha porquê brigar por um lugar, apesar de pequeno o lugar, não tinha tanta gente assim. Como era de se esperar, Randy e Dean começaram com muito barulho, muito por causa do amp do cara, que não parava de encomodar, eu cheguei até pensar que eles iam desistir.

Eu pensava que era basicamente barulho, mas puta que pariu, eles tavam tocando "Every Artist Needs a Tragedy" e mais puta que pariu pois eles tavam tocando igualzinho ao cd. A verdade é que eu achava o No Age "nem tão legal" no disco, e ao vivo eles fizeram eu engolir tudo que eu disse e surraram meus tímpanos com enormes caixas de som coladas a minha cabeça.

O ponto alto do show foi quando Randy resolveu fazer uma Jam ensurdecedora, uns minutos que pareciam horas, todo tipo de timbre, todo tipo de pedal e efeito, cada nota parecia que ia furar teu crânio, e quanto mais tempo tu ficava alí, mais teu cérebro fritava. Eu não lembro da ordem das músicas mas achei no flickr o set list que pode refrescar minha memória e apenas um vídeo no youtube, curto e de qualidade média, mas é lógico que tá valendo.



O pessoal "foi a loucura" (veja no vídeo que isso é só uma figura de linguagem) nessa hora aí do vídeo, quando Randy puxou "Eraser" e foi pra galera. Nota que vocês podem ver eu e o Leandro lá atrás. O cara ainda chegou a ir até pra fora do pub durante outra música enquanto tocava, caminhando como se tivesse ensaiando no meio dos amigos. "Here Should Be My Home", "Sleeper Hold", "Miner", "Teen Creeps", todas muito afudê, mas acabaram ficando pra trás quando na hora de eles irem embora, nós todos pedimos por "Boy Void" e aí o bixo pegou. A minha vontade aquela hora era sair pro pogo, mas... bom, teve gente que não ficou só na vontade.

Palmas, palmas e mais palmas, parabéns No Age, se um dia eu ficar surdo, muito vai ser por causa de vocês. Só quem foi, pode dizer que foi a coisa mais barulhenta que passou por POA nos últimos anos (não cheguei a ir no show do Shellac mas posso garantir que o No Age foi pior), eu dúvido que alguém que olhou o show desses caras não passou o sabadão todo com uma abelha em volta da orelha. Pagamos a conta e fomos em direção ao próximo show.

Prova viva de que um show pode mudar totalmente tua opinião sobre uma banda. Enquanto outros não conseguem repetir o que fazem em estúdio, Randy e Dean estupram teus ouvidos em cima do palco e ainda acham graça. Depois do show eu pensei "isso deve ser o mais perto que eu vou chegar de ver um show do MBV".

2 comentários:

nathan disse...

fala, bicho, bom?
saca só, eu tenho os outros cds sim... dia desses apesar da preguiça eu posso até postar no blog...mas talvez o mais fácil é ir no soulseek, cê tem? dá pra achar lá bem fácil, na real...

nathan disse...

resolvi ser legal com o teu pedido do future kings of england. tá lá no blog.